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terça-feira, 15 de março de 2011

LIMITES

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores...

...e com o esforço de abolirmos os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado os mais bobos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca!

Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro.

Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais...
... e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.

Os últimos que tivemos medo dos pais....
...e os primeiros que tememos os filhos. 

Os últimos que cresceram sob o mando dos pais...
...e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.

E, o que é pior...
...os últimos que respeitamos nossos pais...
...e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.

À medida que o permissivo substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudou de forma radical para o bem e para o mal.

Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens, e os tratavam com o devido respeito.

E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas, à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo...

...hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco o respeitem.

E são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.

E que além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer ; os papéis se inverteram. Agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso como no passado.

Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo” a seus filhos.

Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais...
...a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos verem tão débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los, enquanto não sabem para onde vão...

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio, no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.

Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os, e não atrás, carregando-os e rendidos às suas vontades.

Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.


Texto: Mônica Monastério - Madrid-Espanha